Antônio Saldanha, ou apenas Saldanha, 58 anos, carioca de Saquarema. É o atual Sales Manager Executive da subsidiaria fluminense da empresa. Como essa subsidiaria no Rio de Janeiro não e mais do que um show room de luxo para mostrar aos executivos estrangeiros da empresa as belezas da cidade maravilhosa, Saldanha, o vendedor chefe, era uma especie de semi-Deus. Saldanha comecou sua carreira como funcionario publico: na decada de 70, foi indicado por um deputado estadual que lhe devia "favores" a uma vaga de gerente no entao Banerj.
Lá ficou por certo tempo, mas suas vontades nao o deixavam parar por ali. Em 1982, dessa vez por indicacao de um cunhado assessor parlamentar, assumiu o posto de tesoureiro-adjunto da Suderj. Foi ai que Saldanha deu o pulo do gato: em menos de tres anos já era tesoureiro chefe. Por ser muito bem relacionado e um grande "facilitador" de negócios, Saldanha logo mudou de vida: comprou carro importado, apartamento de frente para o mar em Ipanema e ate um pequeno Iate, "para espairecer e esquecer os problemas do dia a dia", como ele mesmo gostava de ressaltar. Flamenguista de coração, toda semana ocupava a tribuna de honra do Maracanã. Afinal, a Suderj tinha espaco reservado lá. Quem não se lembra do nome Suderj escrito na parte inferior do placar do estádio? Nas viagens mensais para Brasilia, só ia de Varig. Não aceitava outra companhia. Os tempos porem mudaram. A Suderj perdeu importância (e verbas) e Saldanha achou que era o momento de procurar novos desafios. Já não conseguia lucrar como antes no meio publico. Resolveu partir para o mercado privado.
Por ser extremamente bem relacionado com quase todo o governo carioca, pois quase todo mundo tinha um rabo preso com ele, foi logo contratado pela empresa para assumir a área de vendas públicas. Tornou-se o Public Sales Executive for Rio de Janeiro and Northeast. Mas Saldanha não se contentava apenas com isso. Queria mais. E após a visita do Latin America & Caribbean Sales Executive ao Rio, Saldanha foi promovido a chefe de todas as vendas da filial. Mas também, após o tour por boates, termas e casas de massagens em que Saldanha levara o gringo pessoalmente, essa promoção era inevitavel. Tudo com a empresa bancando, é claro. Agora como chefão, Saldanha estava com toda a pompa que adorava: duas secretarias particulares, motorista com carro de luxo, sala paricular com banheiro e frigobar, cartão corporativo sem limites, celular ilimitado, motorista para a esposa e filhos (e para a amante também), além de um telefone direto fora do Pabx da empresa, para tratar de assuntos de "ordem estratégica". Sem contar a casa de Angra dos Reis da empresa, localizada em uma bela ilha, que todo fim de semana ficava reservada para Saldanha. Com o fim da Varig, só faz viagens nacionais pela TAM e internacionais pela Emirates. De 1ª classe, lógico. Classe executiva, segundo Saldanha, e para a raia miúda. Ele se considerava um peixe grande demais para isso.
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Um comentário:
esqueceram de dizer que o saldanha é conselheiro do vasco e já foi diretor de esportes terrestres em uma das gestões do eurico.
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