Quando conheci o diretor Lacerda, responsável por toda a área do Cone Sul de sua unidade de negócios, ele tinha 42 anos. Formado em engenharia na Poli-USP, Lacerda também tinha MBA por Harvard e era mestre pela London Business School. Na sua longa e meteórica trajetória profissional, acumulava promoções e mais promoções, sucessos e mais sucessos.
Para Lacerda, o trabalho não podia esperar. Chegava ao escritório todo dia às 7h30 da manhã. Enquanto ligava o computador, já tomava um belo copo de 300ml de café. No almoço, sempre mais tarde do que os demais funcionários, quando não pedia um lanche no escritório mesmo, comia um salgado e bebia uma Coca-Cola no café do prédio. Rapidamente. 20, 30 minutos no máximo.
Trabalhava, trabalhava, trabalhava. Muito competitivo e competente, gerava lucro e mais lucro, ano após ano. Conseguiu dobrar o tamanho de sua área em pouco menos de 2 anos.
Se chegava às 7h30, poucos dias ia embora antes das 20h. Bem remunerado, morava numa bela mansão no Km 32 da Raposo Tavares, a pouco mais de 1h do seu trabalho. Apesar de duro, todos gostavam muito dele. De sua competência e sua forma de trabalhar.
Minha primeira impressão era o senso comum. Mas, aos poucos, passei a perceber alguns “detalhes” de sua vida. Minha baia era ao lado de sua sala, o que me fez presenciar alguns momentos delicados e um tanto quanto constrangedores.
Certa vez, o pessoal da matriz americana viria a São Paulo para discutir alguns pontos e conhecer melhor a equipe. Coincidentemente, era a mesma semana da formatura do 3º colegial de sua filha mais velha. Lacerda não foi ao evento. Claro, mandou o motorista da empresa buscar a sua família em casa, pontualmente, e pediu para sua secretária levar flores para sua filha que tanto amava.
Alguns meses depois, vi que ele discutia ao telefone com sua filha mais nova, 15 anos de idade. O motivo: foi pega saindo do seu condomínio de luxo fumando um baseado com mais algumas amigas. Lacerda era diretor. Influente, conhecia gente importante. Sua imagem era a imagem da empresa. Perderia muita credibilidade se sua família estivesse vinculada a drogas, polícia, processos judiciais. O pessoal do jurídico trabalhou rápido e resolveu a questão.
As discussões com sua esposa eram mais comuns. O motivo, apesar de não estar explícito, era sua ausência. Ele nunca estava. Nunca podia viajar, sair, acompanhá-la. Seus 110kg e sua vida desregrada prejudicavam seu humor e disposição. Que mulher agüentaria tanto desprezo? No fundo, ela tinha tudo que queria (bolsas, jóias, sapatos), menos a companhia de Lacerda. Facilmente suprível pelo personal trainer que a companhia pagava para ela.
Numa manhã fria e ensolarada de inverno, chegando ao escritório, Lacerda sentiu um mal súbito. Mão no peito, camisa aberta, helicóptero de seu seguro saúde ultra-prime. Lacerda deixou uma esposa, duas filhas, R$ 5 milhões na conta e uma vida mal vivida.
Para Lacerda, o trabalho não podia esperar. Chegava ao escritório todo dia às 7h30 da manhã. Enquanto ligava o computador, já tomava um belo copo de 300ml de café. No almoço, sempre mais tarde do que os demais funcionários, quando não pedia um lanche no escritório mesmo, comia um salgado e bebia uma Coca-Cola no café do prédio. Rapidamente. 20, 30 minutos no máximo.
Trabalhava, trabalhava, trabalhava. Muito competitivo e competente, gerava lucro e mais lucro, ano após ano. Conseguiu dobrar o tamanho de sua área em pouco menos de 2 anos.
Se chegava às 7h30, poucos dias ia embora antes das 20h. Bem remunerado, morava numa bela mansão no Km 32 da Raposo Tavares, a pouco mais de 1h do seu trabalho. Apesar de duro, todos gostavam muito dele. De sua competência e sua forma de trabalhar.
Minha primeira impressão era o senso comum. Mas, aos poucos, passei a perceber alguns “detalhes” de sua vida. Minha baia era ao lado de sua sala, o que me fez presenciar alguns momentos delicados e um tanto quanto constrangedores.
Certa vez, o pessoal da matriz americana viria a São Paulo para discutir alguns pontos e conhecer melhor a equipe. Coincidentemente, era a mesma semana da formatura do 3º colegial de sua filha mais velha. Lacerda não foi ao evento. Claro, mandou o motorista da empresa buscar a sua família em casa, pontualmente, e pediu para sua secretária levar flores para sua filha que tanto amava.
Alguns meses depois, vi que ele discutia ao telefone com sua filha mais nova, 15 anos de idade. O motivo: foi pega saindo do seu condomínio de luxo fumando um baseado com mais algumas amigas. Lacerda era diretor. Influente, conhecia gente importante. Sua imagem era a imagem da empresa. Perderia muita credibilidade se sua família estivesse vinculada a drogas, polícia, processos judiciais. O pessoal do jurídico trabalhou rápido e resolveu a questão.
As discussões com sua esposa eram mais comuns. O motivo, apesar de não estar explícito, era sua ausência. Ele nunca estava. Nunca podia viajar, sair, acompanhá-la. Seus 110kg e sua vida desregrada prejudicavam seu humor e disposição. Que mulher agüentaria tanto desprezo? No fundo, ela tinha tudo que queria (bolsas, jóias, sapatos), menos a companhia de Lacerda. Facilmente suprível pelo personal trainer que a companhia pagava para ela.
Numa manhã fria e ensolarada de inverno, chegando ao escritório, Lacerda sentiu um mal súbito. Mão no peito, camisa aberta, helicóptero de seu seguro saúde ultra-prime. Lacerda deixou uma esposa, duas filhas, R$ 5 milhões na conta e uma vida mal vivida.
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