Elias Soares está na empresa há 8 anos. Por todos esses anos, passou pelos mais inusitados “desafios” e “conquistas”. Como prêmio pelo seu “outstanding” desempenho, na última sexta-feira, recebeu a notícia que há tanto tempo aguardava: foi promovido. Virou o novo “Integration and Development Sub-manager for Latin America and the Caribbean”.
Como todo “Sub-manager for Latin America and the Caribbean” que se preze, Soares ganhou novos e importantes desafios, um aumento de 15% no seu salário (que chegou a impressionantes R$ 5.137,00), um lap top novo e a tão cobiçada algema da modernidade, o Blackberry. Mas... o que é um Blackberry?
Friamente, um Blackberry é um telefone com acesso à Internet (emails, cotações, principais notícias) e com um teclado completo, o que facilita o envio de SMS e de emails. Mas no mundo corporativo, o Blackberry tem outras conotações.
Para a empresa, é a garantia de que não haverá mais desculpas do tipo “não estava na minha mesa”, “de domingo não checo meus emails”, “era hora do almoço”. O proprietário de um Blackberry estará acessível a todo e qualquer momento: em casa, no banheiro, no velório da mãe, no hospital em que a avó está internada, no Bar Mitzvá do sobrinho, na missa de domingo, no motel, no almoço com a família, etc.
Já para Elias Soares e milhares de outros corporativinhos encantados, ter um Blackberry é estar na crista da onda, no topo, é poder ver os outros de cima. Vamos ilustrar.
Elias Soares, depois de receber a notícia e seus novos equipamentos, passou o resto da sexta-feira e o sábado inteiro tentando se adaptar ao novo brinquedo. E nada de produzir nesse tempo.
No domingo, já começou a mandar seus primeiros emails “Enviado pelo meu Blackberry®”. Obivamente, utilizou a velha tática de copiar o chefe e subordinado. Assunto? Qualquer um que mostre o seu poder sobre o seu time.
Mal chegou a segunda-feira e Elias já estava completamente adaptado! Checava uma vez por minuto se chegaram novas mensagens e não saía de perto de seu Tamagoshi corporativo!
Parou o carro, pegou a mochila com o seu “brand new” lap top e seguiu para o hall do elevador. Haviam mais pessoas no recinto, uma ótima oportunidade de mostrar que tem o aparelhinho. É “tsc” pra cá, bufada pra lá, tudo com o Blackberry na mão! E já logo soltou aquele comentário: “Ah, esses fornecedores... Mandei email sexta, sábado, domingo e continuam sem entregar o material”.
Hora do almoço? VR numa mão; Blackberry na outra! Uma garfada, uma olhada. Um gole na Coca, uma nova olhada. Na fila para pagar, já foi “adiantando o serviço”. E dá-lhe email! Uma metralhadora de emails! E assim seguiu Elias em sua nova rotina. Em casa, no banheiro, no velório da mãe, no hospital em que a avó está internada, no Bar Mitzvá do sobrinho, na missa de domingo, no motel, no almoço com a família...
Como todo “Sub-manager for Latin America and the Caribbean” que se preze, Soares ganhou novos e importantes desafios, um aumento de 15% no seu salário (que chegou a impressionantes R$ 5.137,00), um lap top novo e a tão cobiçada algema da modernidade, o Blackberry. Mas... o que é um Blackberry?
Friamente, um Blackberry é um telefone com acesso à Internet (emails, cotações, principais notícias) e com um teclado completo, o que facilita o envio de SMS e de emails. Mas no mundo corporativo, o Blackberry tem outras conotações.
Para a empresa, é a garantia de que não haverá mais desculpas do tipo “não estava na minha mesa”, “de domingo não checo meus emails”, “era hora do almoço”. O proprietário de um Blackberry estará acessível a todo e qualquer momento: em casa, no banheiro, no velório da mãe, no hospital em que a avó está internada, no Bar Mitzvá do sobrinho, na missa de domingo, no motel, no almoço com a família, etc.
Já para Elias Soares e milhares de outros corporativinhos encantados, ter um Blackberry é estar na crista da onda, no topo, é poder ver os outros de cima. Vamos ilustrar.
Elias Soares, depois de receber a notícia e seus novos equipamentos, passou o resto da sexta-feira e o sábado inteiro tentando se adaptar ao novo brinquedo. E nada de produzir nesse tempo.
No domingo, já começou a mandar seus primeiros emails “Enviado pelo meu Blackberry®”. Obivamente, utilizou a velha tática de copiar o chefe e subordinado. Assunto? Qualquer um que mostre o seu poder sobre o seu time.
Mal chegou a segunda-feira e Elias já estava completamente adaptado! Checava uma vez por minuto se chegaram novas mensagens e não saía de perto de seu Tamagoshi corporativo!
Parou o carro, pegou a mochila com o seu “brand new” lap top e seguiu para o hall do elevador. Haviam mais pessoas no recinto, uma ótima oportunidade de mostrar que tem o aparelhinho. É “tsc” pra cá, bufada pra lá, tudo com o Blackberry na mão! E já logo soltou aquele comentário: “Ah, esses fornecedores... Mandei email sexta, sábado, domingo e continuam sem entregar o material”.
Hora do almoço? VR numa mão; Blackberry na outra! Uma garfada, uma olhada. Um gole na Coca, uma nova olhada. Na fila para pagar, já foi “adiantando o serviço”. E dá-lhe email! Uma metralhadora de emails! E assim seguiu Elias em sua nova rotina. Em casa, no banheiro, no velório da mãe, no hospital em que a avó está internada, no Bar Mitzvá do sobrinho, na missa de domingo, no motel, no almoço com a família...